Conferência para a Paz na Ucrânia. Suíça deixa Rússia fora da lista de convidados

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
A conferência será realizada em 15 e 16 de junho no resort de Bürgenstock, no cantão de Nidwalden, nos arredores de Lucerna Connor - Unsplash

O Governo suíço convidou mais de 160 chefes de Estado e de Governo para participarem na Alta Conferência sobre a paz na Ucrânia, que terá lugar na Suíça em meados de junho, com o objetivo de ajudar a trazer a paz duradoura ao conflito entre Moscovo e Kiev. Apesar de a Rússia não ter sido convidada "nesta fase" para as conversações de paz, "a Suíça está convencida de que a Rússia deve ser envolvida neste processo", explica o Governo suíço num comunicado divulgado esta quinta-feira.

Os primeiros convites já foram enviados. Mas, para já, a Rússia ficou fora da lista dos convidados do Governo Suíço, que explica em comunicado que a lista definitiva dos participantes só será conhecida "muito pouco antes da Conferência", mas deixa claro que um processo de paz sem a Rússia é inconcebível. "Um processo de paz sem a Rússia não é possível", sublinha o Governo suíço.

A presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd, também anunciou nas redes sociais que os convites tinham sido enviados a 160 países para participarem numa "cimeira sobre a paz na Ucrânia", nos dias 15 e 16 de junho, em Bürgenstock, no cantão de Nidwalden, no centro do país.

"Tenho a honra de convidar líderes mundiais para esta primeira cimeira", escreveu Viola Amherd,  na rede social X, antigo Twitter. "Vamos avançar para um diálogo baseado na Carta das Nações Unidas", acrescentou, defendendo que a “colaboração global é fundamental para moldar um futuro pacífico”.


Na sequência do pedido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Suíça está a organizar a conferência que incluirá debates em plenário com a presença de todos os chefes de Estado, assim como debates sobre vários temas, mas o programa ainda está a ser desenvolvido e discutido entre Berna e Kiev.

"O objetivo da conferência de alto nível sobre a paz na Ucrânia é estimular um futuro processo de paz, desenvolver elementos práticos e definir os passos para esse processo", explica o Governo federal suíço no site.

A iniciativa não foi bem acolhida por Moscovo, que embora tenha afirmado que não é contra as negociações para pôr fim à guerra, deixou claro que não está interessada em participar nas conversações de paz na Suíça, país que tem acusado de ter renunciado à sua neutralidade, desde que começou a adotar as sanções da União Europeia contra os russos envolvidos na invasão da Ucrânia.

Entre os convidados encontram-se os Estados-Membros do G7, do G20, dos BRICS, assim como os países membros da União Europeia (UE), de três organizações internacionais - ONU, OSCE e Conselho da Europa - mas também representantes do mundo religioso, a saber o Vaticano e o Patriarca Ecuménico de Constantinopla.

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